sexta-feira, 29 de julho de 2011

A FUNÇÃO DE UM CENTRO ZEN - JOKO BECK


Hoje eu quero falar sobre a função de um Centro Zen. De uma maneira geral, podemos dizer que é para apoiar a prática; e é claro que é verdade. Mas temos um monte de ilusões sobre Centros Zen como também temos sobre os professores. E uma coisa que tendemos a pensar é que um Centro Zen deveria ser um lugar muito agradável para mim – em outras palavras, deve ser não-ameaçador (risos). Eu acho que um bom centro deve ser bastante ameaçador às vezes! Não é função de um centro cuidar do seu conforto ou da sua vida social. Com isso não quero dizer que não devemos ter eventos sociais – eu acho que são ótimos – mas não são a principal função de um centro. A função de um Centro Zen não é prover as pessoas uma vida social. Não têm necessariamente o papel de fazê-las sentirem-se bem, e não é para fazê-las sentirem-se especiais.

Essencialmente, um centro é uma ferramenta poderosa para ajudar-nos a despertar. Como uma sangha praticando em um centro, precisamos, sim, apoiar uns aos outros, mas a natureza desse apoio pode não ser exatamente o tipo de apoio que é frequentemente visto num escritório. Você sabe, o namorado de uma moça a deixa – “ô, coitadinha! Sabe, quando o MEU namorado me deixou …. “(Risos) e lá vamos nós!Há uma atitude de “somos todos vítimas juntos nessa” que NÃO é apoio. Quanto mais praticamos, bem, tanto menos aquele tipo de apoio falso é o que se encontra num centro bom.

Deve ser um lugar, então, que nos dá apoio, sim, mas que também nos desafia, e nesse sentido somos todos professores uns dos outros. Alguns dos ensinamentos mais poderoso em um Centro Zen nada tem a ver com o professor, às vezes o ensino vem de uma outra pessoa, vindo diretamente da experiência dessa pessoa.Para ser honesta, estar ciente do que a prática real é, e compartilhá-la com os outros – é isso que torna um centro um tipo de lugar diferente para se estar.

Infelizmente, Centros Zen tendem a ser um pouco ego-perpetuantes: nós queremos que eles sejam maiores, melhores, mais importantes que o centro do outro cara, com certeza! Há correntes de ego muito sutis que podem circular em um Centro Zen, como em qualquer outra organização se não tivermos um cuidado especial.

E algumas reflexões sobre a sangha: um ponto é crucial – quanto mais tempo as pessoas vêm praticando, menos importante deve ser o papel externo delas. E por isso eu não quero que as pessoas que vêm praticando por muito tempo presumam que elas sempre serão monitores – às vezes, sim, claro, mas quanto mais alto o aluno, mais eu quero a sua influência seja sentida através da sua prática, e através de sua vontade de não parecer importante; e de deixar os alunos mais novos começarem a assumir algumas das posições externamente visíveis.

A marca de alunos seniores é estarem trabalhando quando ninguém sabe que eles estão lá. Eu vejo pessoas trabalhando no escritório do Centro em horários estranhos, às vezes eu estou voltando das compras e eles estão trabalhando duro. Isso é um sinal de prática madura, fazer o que deve ser feito mantendo a nossa própria importância fora disso.

Pessoalmente, eu estou tentando ir por esse caminho, minimizando a enorme importância dada ao papel do professor. E eu quero que isso se aplique a todos os alunos mais velhos. Então, se você sente que não está tendo a oportunidade de fazer o que você costuma fazer, ÓTIMO! Então você tem algo muito bom com o que praticar.

Outra marca de um bom Centro Zen é que ele sacode todos nos; as coisas não acontecem da maneira como gostaríamos, de acordo com as nossas fantasias. Assim, em nossa chateação, acabamos retornando à base da prática – que é, tanto quanto eu posso colocar em palavras, assumir mais e mais a posição de um observador em nossas vidas.

Com isso quero dizer que tudo em nossa vida vai continuar a ocorrer – os problemas, as dificuldades emocionais, os dias agradáveis, os altos e baixos, que são aquilo em que consiste a vida humana -, mas é a capacidade de não ser pego – de apreciar o que está acontecendo quando se é “bom”, de ter tranqüilidade quando se é “ruim” e de observar tudo isso, que é um trabalho contínuo.

A marca do amadurecimento da prática é simplesmente a capacidade, mais e mais e mais, de perceber o que está acontecendo e não ser fisgado por ele. Fácil falar, mas provavelmente 15 a 20 anos de prática rigorosa serão necessários antes que nós sejamos dessa forma uma boa parte do tempo.

E isso não é o estágio final. Quando não há nenhum objeto, nenhuma pessoa, nenhum evento, nenhuma coisa no mundo que me fisga, no qual eu esteja preso – quando não há nenhum objeto e nenhum self observando -, então há uma virada para o quê, para dar-lhe um nome, seria o estado iluminado.

Nunca conheci ninguém que eu senti que havia alcançado isto, mas algumas pessoas têm se saído bem e, se você tiver a sorte de encontrar uma pessoa assim, você sentirá a diferença que há em alguém que não é fisgado pela vida (necessitado, desejando ardentemente algo ou alguém, insistindo que a vida seja de uma certa maneira) – você perceberá que tal pessoa está em paz e livre.

Estas são as pessoas que são uma influência curativa e benéfica sobre toda a vida que está perto deles. Eles não precisam fazer nada – a cura vem da maneira como eles são. Essa transformação é o que queremos da nossa prática. Somos mais do que sortudos de ter essa oportunidade nesta vida. Vamos aproveitá-la e fazer o nosso melhor.

Tradução Monja Isshin e Muriel Paraboni - Reproduzido do blog Wildfox Zen do monge Dosho Port Fonte: http://aguasdacompaixao.wordpress.com/2011/07/28/joko-beck-e-a-funcao-de-um-centro-zen/

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Palestra da Monja Coen disponível no youtube

(clique no título para assistir)

Foi com muita satisfação que, no dia 01 de junho deste ano, o Taikanji recebeu a Rev. Monja Coen em Bragança Paulista como palestrante do tema "O Zen na promoção da saúde e cultura de paz".

A palestra, que aconteceu no Espaço Unimed, teve um grande sucesso de público e foi integralmente gravada e postada no youtube.

O Taikanji agradece a todos os que contribuíram com a vinda e a recepção da monja, em especial ao Espaçço Saqqara, ao Restaurante Chinês Haw-Lai e à toda Sangha Bragantina.

Mãos palma com palma!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Meditando na cozinha!

O auto-conhecimento através da alimentação: uma vivência no universo das ervas e especiarias.
Prática comunitária dentro do processo meditativo que é cozinhar, oferecer e receber o alimento. 

Destinado a vegetarianos e simpatizantes do (ovo-lacto) vegetarianismo, Meditando na cozinha! é uma ideia que surgiu já há algum tempo no Taikanji a partir das experiências gastronômicas que vêm acontecendo a cada retiro. Tem como intuito explorar novos aromas dentro do conceito de alimentação acessível, simples e equilibrada.

Programação
Sábado 20/08: chegada às 15h, acomodação, introdução e meditação
Domingo 21/08: prática de Yoga, cozinha experimental, meditação e encerramento às 16h30

Assuntos abordados
- a espiritualidade na cozinha
- vertentes de práticas alimentares
- os temperos e suas propriedades
- aproveitando o potencial dos alimentos
- meditação x alimentação

Valor: R$185,00 - inclui uma apostila, um kit de temperos, uma aula de Yoga, as refeições (jantar no sábado, desjejum e almoço no domingo) e uma estadia no templo.
O que levar: roupas confortáveis para alongamento, roupa de frio (clima de montanha), roupa de cama e banho, um par de calçados para uso interno e outro para uso externo e lanterna.

Inscrições e informações: através dos telefones (11) 8283-2220 e (11) 2473-0912, com Dafnis Myokan, ou pelo e-mail dafniscakau@gmail.com.

Obs.: As inscrições só serão aceitas mediante depósito bancário.
Não é necessário ter experiência culinária.

Organizadores

Myokan (Dafnis Cakau de Proença) - técnica em nutrição vegetariana, professora de Yoga e bailarina da dança clássica indiana Odissi, responsável pela alimentação no templo durante os retiros.
Monge Enjo - monge paisagista responsável pelo Taikanji e suas atividades em Bragança Paulista, graduado em engenharia agronômica.
Meire Lopes Caethano - professora de Yoga e massoterapeuta, dirige o Núcleo de Yoga Shanta em São Paulo.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Transformação Social Pela Base


Thich Nhat Hanh - Mudança Social Pela Base. Esta palestra foi dada pelo Mestre Zen Thich Nhat Hanh (Thây) durante o retiro "Cores da Compaixão: Honrar Nossos Ancestrais - Abraçar a Nós Mesmos no Caminho, realizado no Monastério Parque dos Gamos (Deer Park Monastery, em Escondido, Califórnia). Nesta palestra Thây nos mostra como mudanças sociais só são possíveis quando voltamos ao nosso lar em nós mesmos e criamos uma forte base para ação. Transformação na base significa transformação na nossa consciência, significa aprender o melhor modo de lidar com as sementes saudáveis e nocivas que existem dentro de nós e na consciência coletiva da nossa sociedade. Nesta palestra em particular ele enfoca como fazer isso ensinando a usar a nossa plena consciência durante o consumo, abordando o ensinamento budista acerca dos quatro tipos de nutriente ou quatro tipos de alimento.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Penso, logo não existo

    Nosso Eu não passa de uma ilusão criada pela mente, afirmam neurologistas e psicólogos. Os budistas assinam embaixo.
    Eu não sou o que penso que sou, caro leitor, e você também não. Loucura? Pois é o que afirmam alguns dos mais talentosos e inquietos cientistas de nossos dias. À medida que mergulham no mistério da consciência humana, pesquisadores das áreas de neurociências, psicologia, filosofia da mente e ciências cognitivas estão criando teorias que desmontam a idéia, levada às últimas conseqüências pelo cartesianismo, de que existe uma consciência independente, separada do mundo, que está em algum lugar dentro do nosso cérebro e que usa seu livre-arbítrio para fazer escolhas e viver a vida. Pura ilusão, dizem.

Monja Coen fala sobre vegetarianismo e budismo

Comentário interessante publicado na Folha.com em que a sensei Monja Coen fala sobre os benefícios de uma alimentação vegetariana para quem exercita a meditação.

Mãos palma com palma /\!

Mini-sesshin

Literalmente, 'tocar o coração-mente', sesshin é um período de meditação intensiva em que os participantes se dedicam quase que exclusivamente ao zazen ou ao 'sentar-se em meditação'.
   Durante o fim de semana dos dias 17 e 18 de setembro de 2011, o Taikanji estará realizando um mini-sesshin destinado a pessoas que já tenham familiaridade com a meditação que queiram se aprofundar nesta prática.

     Ao longo de um dia de mini-sesshin, períodos de 30 minutos de zazen são intercalados com kinhin ('andar em meditação'), com as refeições, pequenos períodos de samu ('trabalho comunitário') e pausas para contemplação do ambiente - tudo realizado em completo silêncio para o exercício da consciência em estado de atenção plena.

Faça sua inscrição através do formulário para contato no site www.zengarden.com.br.

Atenção: a programação do mini-sesshin tem início no sábado pela manhã, portanto aconselhamos que o interessado tenha disponibilidade para chegar ao templo na sexta à noite.  Esta programação se encerra no domingo à tarde, por volta das 17h.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Bodisatva no metrô

Bodhisattva:
(clique no título para ser direcionado ao youtube)

um ser iluminado que fez o voto de servir generosamente a todos os seres vivos com bondade amorosa e compaixão para aliviar a dor e o sofrimento no mundo...

Mãos palma com palma /\!

VI Retiro de silêncio - Yoga e Zazen

RETIRO DE UM FIM DE SEMANA EM
SILÊNCIO, MEDITAÇÃO ZEN BUDISTA E PRÁTICAS DE YOGA.
PARA QUEM BUSCA PAZ, EQUILÍBRIO E ENCONTRO COM A NATUREZA.
SAIA DA AGITAÇÃO E BUSQUE O SILÊNCIO EXTERNO E INTERNO.
   
Um local muito especial com práticas de Meditação Zazen e Hatha Yoga, alimentação saudável e balanceada, em meio à Serra da Mantiqueira próximo à cidade de Extrema, no belíssimo Templo Zen Budista TAIKANJI, Pedra Bela, SP (a 150 km da capital).
        Um templo inserido na Natureza, onde se preza a harmonia entre todos os seres, assim como a preservação e a sustentabilidade local através, da prática de agricultura orgânica, do uso de aquecimento solar, do emprego de composteiras e do encaminhamento de embalagens para reciclagem, da apreciação de animais silvestres e da bioconstrução.
     Os retiros contam com a prática de Zazen (Meditação Zen), Kinhin (Meditação Andando), asanas e pranayamas do Yoga, de alimentação vegetariana balanceada, água pura da fonte e de ar fresco e perfumado pela Serra. Total contato com a natureza. 

Programação para o fim de semana
Chegada ao templo: sábado 10/09 às 9h00
Término: domingo 11/09 após o almoço

Práticas diárias e equipe responsável
- Meditação Zazen - 6 períodos diários
com Monge Enjo Stahel
 - Aulas diárias de Hatha Yoga 
com professora Meire L. Caethano
- Alimentação equilibrada e desintoxicante para os dias de meditação preparada pela nutricionista técnica e professora de Hatha Yoga Dafnis Cakau
- Palestras e caminhada na mata
- Massagem Abhyanga (técnica indiana para relaxamento) não inclusa no valor das estadias.

Uma oportunidade para viver os hábitos de um mosteiro. Atividades em grupo e em silêncio.
A condução (transporte) é de responsabilidade individual, enviaremos um e-mail para todos que participarão e verificaremos a possibilidade de caronas.
Valor: R$ 197,00
(pagamento em até duas vezes - 50% na inscrição e 50% até dia 05 de julho)
Depósito: Banco Real - ag. 3719 - c/c 01005830-7
para Rosimeire Lopes Caethano
ou pagamento em cheque.
(vagas limitadas)

Para mais informações entre em contato com:
Meire - tel: (11) 2851-3870 e (11) 7743-7907
NÚCLEO DE YOGA SHANTA

V Retiro de silêncio - Yoga e Meditação Zen

RETIRO DE UM FIM DE SEMANA EM
SILÊNCIO, MEDITAÇÃO ZEN BUDISTA E PRÁTICAS DE YOGA.
PARA QUEM BUSCA PAZ, EQUILÍBRIO E ENCONTRO COM A NATUREZA.
SAIA DA AGITAÇÃO E BUSQUE O SILÊNCIO EXTERNO E INTERNO.
   Um local muito especial com práticas de meditação Zazen e Hatha Yoga, alimentação saudável e balanceada, em meio à Serra da Mantiqueira próximo à cidade de Extrema, no belíssimo Templo Zen Budista TAIKANJI, Pedra Bela, SP (a 150 km da capital).
        Um templo inserido na Natureza, onde se preza a harmonia entre todos os seres, assim como a preservação e a sustentabilidade local através, da prática de agricultura orgânica, do uso de aquecimento solar, do emprego de composteiras e do encaminhamento de embalagens para reciclagem, da apreciação de animais silvestres e da bioconstrução.
     Os retiros contam com a prática de Zazen (Meditação Zen), Kinhin (Meditação Andando), asanas e pranayamas do Yoga, de alimentação vegetariana balanceada, água pura da fonte e de ar fresco e perfumado pela Serra. Total contato com a natureza.
 
Programação para o fim de semana
Chegada ao templo: sábado 09/07 às 9h00
Término: domingo 10/07 após o almoço

Práticas diárias e equipe responsável
- Meditação Zazen - 6 períodos diários
com Monge Enjo Stahel
 - Aulas diárias de Hatha Yoga 
com professora Meire L. Caethano
- Alimentação equilibrada e desintoxicante para os dias de meditação preparada pela nutricionista técnica e professora de Hatha Yoga Dafnis Cakau
- Palestras e caminhada na mata com o monge
- Massagem Abhyanga (técnica indiana para relaxamento) não inclusa no valor das estadias.
 
Uma oportunidade para viver os hábitos de um mosteiro. Atividades em grupo e em silêncio.
A condução (transporte) é de responsabilidade individual, enviaremos um e-mail para todos que participarão e verificaremos a possibilidade de caronas.
Valor: R$ 197,00
(pagamento em até duas vezes - 50% na inscrição e 50% até dia 05 de julho )
 
Depósito: Banco Real - ag. 3719 - c/c 01005830-7
para Rosimeire Lopes Caethano
ou pagamento em cheque.
(vagas limitadas)
Para mais informações entre em contato com:
Meire - tel: (11) 2851-3870 e (11) 7743-7907
NÚCLEO DE YOGA SHANTA